domingo, 23 de janeiro de 2011

Tragédia na região serrana


Oi Povo!





Pois é... Sei que faz tempo, que prometi postar mais, mas as coisas nem sempre acontecem da maneira como gostaríamos. Muita coisa aconteceu nesse meio tempo e não conseguiria (e nem poderia devido à importância delas) falar sobre todas em só post. Juro que, aos poucos, vou colocando-as e dando a devida importância a cada uma. Para além disso, quero deixar aqui registrado que, de vez em quando, irei atualizar o blog com letras de músicas, poesias, vídeos ou outras coisas que tenho recebido, achado interessante mas ficado com preguiça de contextualizá-las (não se assustem! o blog não ficará uma bagunça... somente terá um pouco mais a cara de "o tudo numa coisa só" ;) ).




Pois bem... E o que me traz de volta aqui numa noite quente de verão porto alegrense? Passei o último fim de semana meio isolada com alguns amigos, tendo ótimos momentos e boas gargalhadas. Mas algo me perturbou durante todo esse tempo. Como alguns sabem tenho trabalhado todas as noites e, como meus pais transferiram a assinatura do jornal para a praia minhas principais fontes de notícias e ligações com o mundo estão praticamente rompidas (não! eu não tenho paciência de ler notícias pela internet - e juro me policiar mais para fazer isto). Devido a isso não acompanhei, durante toda a semana passada, as reportagens oriundas da região serrana do Rio (onde houve diversos deslizamentos e enchentes por causa das fortes chuvas deste mês). Por mais um ano este maravilhoso estado da região sudeste de nosso país é assolado por uma tragédia natural, perdendo as centenas os seus habitantes¹. 






Sobre isto tenho algumas ponderações a fazer. A primeira e mais relevante para mim neste momento (e o que me leva a escrever este post) é a exploração da mídia em cima do drama das pessoas. Em algumas notícias abertas há pouco li que já passam de 750 mortos. Acredito que só este dado já é bastante chocante. Pessoas soterradas. Pessoas levadas pela lama. Pessoas que não conseguiram vencer a força das águas. Pessoas que sobreviveram após perder toda sua família. O Brasil mais uma vez fica estarrecido diante das imagens da televisão (eu enchi meus olhos de lágrimas diversas vezes durante o fim de semana). Mas isto não basta para as grandes empresas de comunicação. Elas querem mais.




Elas querem sugar até o último suspiro aquelas pessoas que já estão tão traumatizadas. Não consigo contar agora quantas foram as diferentes entrevistas que assisti ou ouvi este fim de semana com diferentes pessoas e diferentes histórias, mas todas com traços em comum: a perda, a dor e o desespero. Não entendo (e isto provavelmente deve-se ao meu parco entendimento sobre pessoas sem ideais) como os repórteres conseguem chegar a um hospital e fazer aquelas pessoas reviverem todos os momentos de desesperos dos quais acabaram de se salvar. É realmente necessária essa dor e este transtorno? Desculpem... Fico realmente indignada diante tanta falta de sensibilidade. 







Outra questão que quero abordar é sobre a causa destas "tragédias naturais". Depois delas ocorrerem sempre ouvimos àqueles que dizem que as pessoas sabiam dos riscos que corriam, tinham suas casas em situações irregulares, etc etc etc. Ok! Mas será que já paramos pra pensar que este é o único lugar onde elas conseguiram montar um cantinho próprio? Que elas, infelizmente, não têm condições de ter uma casa em um bairro que não inunda quando chove? Sei que neste caso da região serrana pessoas com posses maiores também foram atingidas, mas estas não são, nem de longe, a maioria. 




Ouvi, antes do início de toda esta tragédia, uma reportagem sobre os gastos que o governo tem com prevenção de catástrofes e depois com a reparação dos danos. Todos devem imaginar que o primeiro não chega nem perto do valor do segundo. Mas o que me deixou mais chocada foi a resposta dada quando perguntado sobre o porquê que estas obras (de prevenção) não eram feitas. A ilustre pessoa entrevistada, respondeu com todas as letras, que estas obras não geram visibilidade política. Não são como a reconstrução de uma cidade. Que é como tapar um bueiro. LÓGICO! Já que não teremos visibilidade com isso, vamos deixando as pessoas morrer. Daí já aproveitamos a "limpeza" feita na cidade que depois será reconstruída. É tanto descaso que às vezes, fico sem esperanças.



Enfim. Encerro este post demonstrando minha total admiração pelo ser humano que é capaz de mobilizar-se diante do desespero alheio e promover ajuda da maneira que lhe é possível! É esse o tipo de pessoa de olhar em volta e pensar que vale a pena lutar e que as coisas podem ainda melhorar!

















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